Fotos do 1o Korean Pop Festival!


1º Korean Pop Festival aconteceu no dia 13 de Dezembro em São Paulo e contou com a presença do grupo MR.MR como jurados especiais.

Os prêmios para as categorias: Grande Prêmio, Ouro, Prata, Bronze e Prêmio Popularidade foram de R$ 5.000 (Cinco mil), R$ 3.000 (Três mil), R$ 2.000 (Dois mil) , R$ 1.000 (Um Mil) e R$ 1.000 (Um Mil) respectivamente.

Vieram covers de todos os cantos do Brasil!

Confira a galeria de imagens do evento!

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Fotos do Sábado 13/Dez


Confira as fotos do Sábado 13/Dez!

Os filmes que passaram na Sala BNDES foram

18h00 NOSSO PARAÍSO

K-Action 2014

K-Action 2014

e

20h30 COELHO

'Coelho'

K-Action 2014

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Curiosidades – Arquitetura 101


Hoje (nesse momento) e na próxima sexta-feira, 19/12, às 20h30, o filme Arquitetura 101, um melodrama popular entre adultos acima de 30 anos na Coréia do Sul que foi o filme de encerramento do Festival de Shangai em 2012, vai ser exibido na Cinemateca Brasileira.
“Arquitetura 101” também foi o filme da abertura do K-Action 2014, fazendo bastante sucesso entre nossos convidados VIPs. A pedidos, algumas curiosidades sobre o filme:
Sessão de Abertura ao Ar Livre na K-Action 2014 na Cinemateca Brasileira

Sessão de Abertura ao Ar Livre sa K-Action 2014 na Cinemateca Brasileira

As filmagens se iniciaram em 25 de outubro de 2011. A primeira cena foi em um café em Hannam-dong, Seul. O filme levou 11 semanas para ser rodado e as filmagens se encerraram em 8 de Janeiro de 2012. Todas as locações ocorreram em Seul e na Ilha de Jeju.
Locação de "Arquitetura 101"

K-Action 2014

O diretor Yon-ju Lee se formou em arquitetura na faculdade de Yonsey (que entra na sigla SKY, Seul-Korea-Yonsey, as faculdades tradicionalmente mais renomadas e difíceis de ingressar na Coréia do Sul) e já trabalhou na área.
Diretor Yon-ju Lee "Arquitetura 101" na Vogue

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana na Cinemateca

“Arquitetura 101” abriu em primeiro lugar na bilheteria sul coreana no fim de semana de 23-25 de Março de 2012. Vendeu nessa estreia 565.020 ingressos em 592 salas e representou 34.2% de todos os ingressos vendidos nesse final de semana.
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“Arquitetura 101” na K-Action 2014

No total, fez 4.1 milhões de espectadores na Coréia do Sul apenas nas salas de cinema!
Uma edição limitada do DVD de “Arquitetura 101” foi lançada em 19 de Setembro de 2012 na Coréia do Sul. A edição limitada contém 2 DVDs com materiais extras incluindo comentários do diretor e dos atores, entrevistas e trailer. Um livro de 328 páginas foi incluso, junto com cartões postais das quatro estrelas do filme.
DVD "Arquitetura 101"

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana

A casa na Ilha de Jeju que Seo-Yeon (Ga-In Han) chamou Seung-Min (Tae-Woong Uhm) para reconstruir foi construída para o filme. Após as filmagens, os donos planejaram derrubar essa locação temporária e reconstruir uma galeria e um café chamado “Casa de Seo-Yeon”. Por causa do Tufão Bolaven (Agosto de 2012) a casa foi demolida antes do planejado, em Setembro de 2012.
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O café “Casa de Seo-Yeon” abriu em 27 de Março de 2013. As estrelas do filme compareceram na cerimônia de abertura.
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 Modelada como a locação do filme, está localizada em Wimi-ri 1, 2975, Namwon-eup, Seogwipo-si, Ilha de Jeju, Coréia do Sul. Abre diariamente das 10h30am às 10pm.
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Quando viajar para a Coréia do Sul, não deixe de visitar a Ilha de Jeju. A ilha sul-coreana é ponto turístico tradicional de muitas luas de mel domésticas e foi eleita uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo em 2007 pela Fundação New7Wonders, com sede na Suíça.
No caminho, dê uma paradinha na “Casa de Seo-Yeon”, para experimentar um tteok (moti coreano) e fazer um pouco de companhia para ela, hihi…
Arquitetura 101 K-Action 2014

Arquitetura 101
K-Action 2014

Secreto e Excelente


   

Não Morra. Ou morra como uma lenda.”

Ryu-han é um agente secreto norte-coreano infiltrado em uma favela na Coréia do Sul. Já há dois anos fingindo ser deficiente mental, aguarda a sua grande missão, cujo objetivo deve ser a reunificação das duas Coréias. Essa missão tarda para chegar, e, no meio tempo, Min-su (nome verdadeiro Hae-rang) e Hae-jin, conhecidos de treinamento de Ryu-han no Norte, também são enviados a esse mesmo vilarejo.

Secreto e Excelente

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana

Enquanto isso acontece, Ryu-han, cujo nome falso é Dong-gu (que lembra a tradução literal de “Buraco do Cocô”, uma palavra bonitinha e infantilizada para outra mais forte e curta…), se afeiçoa cada vez mais aos habitantes do vilarejo. Ao mesmo tempo, tendo tido a educação que teve no Norte, se mostra ansioso para receber e cumprir um serviço à sua nação e, dessa forma, garantir a proteção à sua mãe.

Secreto e Excelente

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana

A premissa é interessante e quase boba, e é por isso mesmo que vale a pena conferir Secreto e Excelente. Exibido no Festival de Cannes na Semana de Crítica, o filme foi um sucesso nacional histórico e uma grande incógnita para a crítica ocidental.

Primeiro, vamos aos números, pois essa parte é mais fácil: Secreto e Excelente entrou no circuito comercial em uma quarta-feira, 5 de Junho de 2013. Até então, o recorde de bilheteria doméstica no dia de estreia era de “Os Ladrões” (The Thieves), que havia atraído 436.596 espectadores no ano anterior. Adivinha quantas pessoas foram ao cinema assistir a Secreto e Excelente no primeiro dia? 497.560! É um número surpreendente, mas ainda ficou atrás de Transformers 3, que em 2011 levou 544.995 sul-coreanos ao cinema na estreia. Mas no dia seguinte, 6 de Junho, “Memorial Day” na Coréia – feriado em memória aos homens e mulheres militares mortos na Guerra Civil (1950-53) – nada menos que 919.035 sul-coreanos foram assistir ao filme (novamente ultrapassando “Os Ladrões”, que no segundo dia fez 770.715 espectadores e um pouco atrás de Transformers 3, com 956.500 espectadores). Isso quer dizer que em apenas dois dias Secreto e Excelente excedeu 1 milhão de espectadores. Na verdade, esse número foi alcançado em 36 horas! Como se não bastasse, ainda nas primeiras 72 horas o filme foi assistido por 2 milhões de pessoas. Em 16 de Junho, 11 dias após a estreia, mais de 5 milhões de sul-coreanos haviam assistido a Secreto e Excelente nos cinemas.

Agora vem a parte complicada.

Por que?

Se existe algo que pode ser chamado de “coreanismo”, Secreto e Excelente tem. E quem não tem ou está acostumado demais com filmes ocidentais, vai ter alguma dificuldade para entender esse fenômeno.

Há elementos no filme que justificam tamanho sucesso de uma maneira mais fácil:

  1. o filme se baseia numa série de webtoon chamada “Covertness” em inglês (que traduzido quer dizer algo semelhante a “Dissimulação”, mas sem o sentido negativo) que já tinha recebido 40 milhões de cliques online.
Covertness

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana

2. Os três atores principais são grandes estrelas nacionais e estão excelentes mesmo em seus papéis, que circulam entre o cômico e dramático, algo muito difícil de ser realizado com eficiência.

Secreto e Excelente

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana

3. As cenas de ação são demais.

Secreto e Excelente

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana

4. Soo-hyun Kim, o protagonista Dong-gu (ou Ryu-Han), certamente tem atrativos… Vale a pena conferir.

Secreto e Excelente

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana

Mas o que causa certa revolta para alguns críticos estrangeiros é esse “coreanismo” mainstream que insiste em não deixar claro a qual gênero o filme pertence, se é comédia ou drama. O que eles chamam de excessivo romantismo, lealdade e honra, que beira o inflexível (é bom lembrar a situação atual da Coréia do Norte. Se um líder assim consegue se manter no poder ainda hoje, é porque, de alguma maneira, o povo coreano tem características culturais que de alguma forma permitem que essa situação se mantenha), que realmente são difíceis de compreender se você está inserido numa cultura que não cultiva esses valores da maneira que os asiáticos – e coreanos talvez um pouco mais – o fazem, é difícil mesmo de entender o fenômeno Secreto e Excelente  (alguns críticos até confundiram a lealdade e mania e proteger o amigo dos personagens principais com homossexualismo reprimido, que, na minha opinião, é um baita de um etnocentrismo inconsciente). Mas, talvez, exatamente por isso que o filme tenha sido um fenômeno comercial no mercado interno. Aqui, vale checar o texto de Alumni, que explica resumidamente as relações afetivas entre mais velhos e mais novos.

Secreto e Excelente

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana

Secreto e Excelente trata uma temática sob o ponto de vista interno de um problema nacional que preocupa gerações de coreanos há 61 anos: a separação de um povo extremamente homogêneo decorrente de um infortúnio externo resultado de uma briga que inicialmente nem era nacional. É triste que esses três personagens, jovens, tão coreanos quanto os coreanos do sul, de vida sofrida, tenham o destino que a história do filme lhes reserva. A história entreteu e emocionou os 6.959.083 sul-coreanos, na grande maioria jovens, que renderam 43.186.902 dólares ao filme, e que provavelmente entenderam muito bem e aceitaram os conflitos dos três personagens fictícios do Norte, da mesma faixa etária da maioria dos espectadores. O filme não explora questões políticas, mas na verdade, o espectador sul-coreano já tem toda essa reflexão em si mesmo, e no caso de Secreto e Excelente e Alumni, não deseja resolver algo atualmente insolúvel, apenas imaginar como será que estão seus vizinhos e parentes distantes de sua idade. A cultura é a mesma, mas ela leva a lugares e a comportamentos opostos. Esses dois filmes, altamente comerciais, são extensões comercializadas do pensamento da população no geral.

Secreto e Excelente

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana

É preciso entender esse sentimento para compreender a causa do fenômeno: um conjunto de elementos que deram certo na bilheteria nacional. Sim, alguns deles claramente puxam para o cômico-comercial, mas outros, como a escolha de uma locação fantasiosa que provavelmente não existe mais na Coréia do Sul e que se assemelha muito à Coréia antiga e à imagem que fazemos atualmente da Coréia do Norte, e muita ação fortemente calcada no tae-kwon-do dão um aspecto bem doméstico ao pseudogênero ação-comédia-sul-coreana.

Secreto e Excelente

K-Action 2014 – Mostra de Cinema e Fotografia Interativa Coreana

Alumni


 

Para quem gosta de filmes de ação mas está cansado dos atores americanos de sempre, Alumni é uma boa alternativa de entretenimento.

Inserido no contexto da nova tradição sul-coreana de treinar arduamente pequenas estrelas do K-Pop, Seung-hyun Choi, ou T.O.P. (sim, a voz grossa do Big Bang!), provavelmente já acostumado com o trabalho puxado, se adaptou bem a esse papel difícil, que demanda uma impassividade bem balanceada que não chega a causar distanciamento emocional e um bocado de habilidade para cenas de ação.

 

T.O.P machucou as mãos durante as filmagens, mas mesmo assim participou, na época, da turnê do Big Bang. Algo que seu protagonista de Alumni, Myung-Hoon, certamente faria. Ou seja, não haveria papel melhor no cinema para T.O.P.!

 

No final de semana de estreia (6 de Novembro de 2013) Alumni (1º lugar, com 126 mil espectadores) bateu a bilheteria dos filmes Thor (2º lugar com 75 mil espectadores), Laços de Sangue (3º lugar, com 34.400 espectadores) e Gravidade (4º posição, com 34.100 espectadores) na Coréia do Sul, atraindo principalmente vestibulandos que tiraram uma folga merecida dos estudos.

Mesmo com as gravações cheias de interrupções (Big Bang em turnê…), a história é redonda, as cenas de ação são bem executadas e todos os atores cumprem bem o seu papel.

 

O enredo se dá no contexto da espionagem norte-coreana na vizinha Coréia do Sul. O tratamento é um pouco exagerado sim (nunca vi um espião desertor. Na verdade, nunca conheci nenhum desertor norte-coreano nos meus três anos em Seul, apesar de ter muitos amigos que conheceram. Detalhe: ninguém era espião). Não é absurdo, mas claramente ficcionalizado. Serve mais para alimentar o mistério e masculinidade (no sentido heroico da palavra, ou seja, Myung-Hoon é um homem digno que não abandona sua missão) do protagonista do que para retratar alguma problemática atual na história da Coréia contemporânea. Não é essa a proposta. Mas, claro, não podemos ignorar a situação na península: é uma maneira de fazê-lo sim. Complicado, né?

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Mostra K-Pop de Cinema Coreano

K-Action 2014. Alumni (Commitment)

Um elemento especial chama a atenção e merece rubrica. É o sentido da palavra ‘oppa’, intraduzível, que exprime bem o sentimento da hierarquia e afeição dos coreanos.

Abaixo, um supletivo básico de verbetes para se relacionar com algum coreano. Lembrando que na Coréia, a palavra “amigo(a)” é usada apenas para duas pessoas da mesma idade, mas o sentimento fraternal de amizade é o que conta quando se utiliza qualquer uma das palavras abaixo. PS: Não tente chamar pessoas que mal conhece usando esse vocabulário. Ele só vale quando algum nível de relação minimamente próxima já está estabelecido.

  1. OPPA: como alguém do sexo feminino chama algum “amigo” do sexo masculino mais velho do que ela (pode ser só alguns meses) que pode ser um irmão, um primo ou um namorado (Lembra? Oppa Gangnam Style…)
Mostra K-Pop de Cinema Coreano

K-Action 2014. Alumni (Commitment)

  1. RYÓN: como alguém do sexo masculino chama algum “amigo” do sexo masculino mais velho que ele (pode ser só alguns meses) que pode ser um irmão, um primo ou um “amigo”.
  2. NUNNAH: como alguém do sexo masculino chama alguma “amiga” do sexo feminino mais velha do que ele (pode ser só alguns meses) que pode ser uma irmã, uma prima, uma “amiga” ou uma namorada.
  3. ONNI: como alguém do sexo feminino chama alguma “amiga” do sexo feminino mais velha que ela (pode ser só alguns meses) que pode ser uma irmã, uma prima ou uma “amiga”.
  4. DONGSAEN: como alguém mais velho de qualquer gênero chama um “amigo” ou “amiga” mais novo(a).

 

Parece complexo, mas uma vez que um relacionamento se inicia dessa maneira, fica tudo mais simples. Isso não é antigo. Ainda existe. Reina. Pode-se dizer que é um elemento que une a população que habita as duas Coreias. Quem assistiu “A Irmandade da Guerra” (recomendo!) vai entender isso um pouco melhor. E para compreender um pouquinho dos coreanos, essa é a base de tudo.

 

E Alumni se desenvolve com essa premissa. A Hye-In que Myung-Hoon conhece no Sul tem o mesmo nome que sua irmã Hye-In do Norte. E quando um coreano escuta em over Myung-Hoon lembrar a voz da irmã chamando-o por “oppa”, dá aquele aperto no coração…

Arquitetura 101


 

De verdade, quem nessa vida pode dizer com convicção que superou 100% o primeiro amor?

Talvez, no dia seguinte ao término, é possível que saia uma pérola dessas, provavelmente com a intenção clara e confusa de atingir o outro – certamente, o culpado da dor da perda.

Mas após 10 anos, quando sua vida amorosa e profissional toma um rumo diferente daquele que você havia idealizado, ou você se vê à frente de decisões importantes (como casar com uma moça que não parece tão perfeita quanto aquela primeira, idealizada…), a história é um pouco diferente.

Será?!

“Arquitetura 101” fala disso. De todas aquelas projeções de amor perfeito que jogamos naquele(a) primeiro(a) infeliz que cruza o nosso caminho sentimental. No filme, isso acontece para Seung-Min e Seo-Yeon no primeiro ano da faculdade, na aula de introdução à arquitetura.

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Também acontece a incrível coincidência de essas almas gêmeas morarem no mesmo bairro. Assim, Seung-Min, que já acha Seo-Yeon linda (na juventude interpretada pela estrela do K-Pop Suzy, que realmente é uma fofa e está ótima no papel), pode apreciar diariamente, de longe, a garota no ônibus.

O roteiro, que demorou 10 anos para ser desenvolvido, é quase impecável. A atmosfera dos anos 90, os atores, o figurino, as músicas da época, e os dispositivos eletrônicos como bipes e diskmans, tudo está perfeitamente orquestrado para situar e emocionar o espectador coreano de 30 anos nos anos 90. E, quando o filme volta para o presente, apresenta bem questionamentos da fase dos 30 anos difíceis de enfrentar quando nos deparamos com um amor do passado:

Será que o outro sabia como eu me sentia na época? Como me fez sofrer? Como foi importante para mim? Será que foi real? Que aquele passado foi fruto de um entendimento real entre duas almas ou apenas um sentimento inevitável decorrente da inauguração do sentimento amoroso?

E, principalmente, a questão que não quer calar:

Acabou?

Interessantemente, o público masculino foi o maior espectador de “Arquitetura 101”, o que é um caminho fora da linha na bilheteria de melodramas. Segundo críticos, o filme dialoga com a nostalgia que os homens sentem pelos seus primeiros amores… O que comprova que os homens – pelo menos os coreanos – sentem sim.

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Mas não é que “Arquitetura 101” caia no pecado de ser falsamente romantizado. Os personagens vão até o fim para esconder do ser amado o sentimento mais óbvio da história: que um gosta muito do outro. O pior é que há uma volta, após os 30, dessa expectativa da retribuição ilimitada do sentimento que é escondido a duras penas do ser do qual se espera ou tudo ou nada.

Produtos derivados do filme, como álbuns antigos dos cantores que fizeram a trilha (populares nos anos 90), novos bares para a faixa etária dos 30 aos 40 anos (uma raridade em Seul, http://koreajoongangdaily.joins.com/news/article/article.aspx?aid=2952259), roupas da época e a casa construída na narrativa (hoje um café pertencente à produtora – http://www.koreanfilm.or.kr/jsp/news/news.jsp?mode=VIEW&seq=2347), seguiram o sucesso comercial da obra, que ultrapassou o faturamento de 26 milhões de dólares na Coréia do Sul e repetiu esse número no mercado internacional.

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Esconde-Esconde


 

Há rumores de acontecimentos estranhos nas redondezas. Posseiros estão se escondendo na casa das pessoas e secretamente vivendo nelas.”

Uma voz infantil feminina introduz um edifício caindo aos pedaços, personagens suspeitos e grosseiros… e um assassinato a sangue frio.

Esconde-Esconde é um suspense de baixo orçamento orquestrado com precisão pelo estreante Huh Jung. Seguindo a tendência do cinema comercial sul-coreano de investir em novos talentos, Huh Jung tem apenas 33 anos e já demonstra enorme talento para o gênero em questão.

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O que mais chama atenção para o filme é a brincadeira do título não apenas com os personagens – que, coitados, estão diante de um serial killer não identificado – mas com o espectador. Absurdos de verossimilhança na história perdem para a envolvente montagem do suspense e acabam convencendo e surpreendendo, já que a partir de determinado momento tudo pode acontecer.

Mesmo assim, o filme tem um pé psicológico forte na realidade social de cidades em rápido desenvolvimento ao tratar os medos mais sombrios que alguém pode desenvolver nesse contexto. Fobias, hipocondria, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, ganância pelo dinheiro, medo de ter sua privacidade invadida e observada, traições familiares, consequências da dependência das pessoas com a boa aparência física, com a beleza, com os bens materiais e o dinheiro, com a segurança complexa dos edifícios de classe alta…

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Como muitos bons filmes, Esconde-Esconde assume o politicamente incorreto ao desenhar pobres como gananciosos e ricos como amorosos, educados e generosos. Seria essa uma visão naturalista do diretor em relação ao ambiente urbano cada vez mais calcado na divisão física e social entre ricos e pobres?

Saberemos nos próximos filmes de Huh Jung.

Enquanto isso, vale a pena assistir a Esconde-Esconde até o fim. Uma surpresa aguarda.

Sem Respirar


 

Se você gosta de K-Pop, deve conhecer Yu-ri Kwon, da banda SNSD. Também deve conhecer In-Guk Seo, vencedor do Programa televisivo “Super Star K” e, é claro, sem dúvida, sabe quem é Jong-suk Lee, estrela de séries televisivas “Escola 2013”, “Ouço Sua Voz” e “Doutor Estranho”.

Mas, se você nunca ouviu falar de nenhum deles, não se desespere. Um breve resumo:

SNSD, Soshi ou Girls Generation, é uma das girl bands sul-coreanas de maior sucesso nacional e internacional. Suas melodias ultra pop grudam na cabeça. Os melhores exemplos são Gee, I Got a Boy e The Boys.


Super Star K é o equivalente ao programa “The Voice” na Coréia do Sul e hoje é o maior programa de audições do país, de onde sempre saem grandes estrelas do K-pop.

“Escola 2013”, “Ouço Sua Voz” e “Doutor Estranho” são séries televisivas de grande sucesso nacional transmitidas nos últimos anos.

Essas informações têm relevância para entender o apelo comercial e o estilo cinematográfico de “Sem Respirar”, direcionado ao público adolescente. A trama estilo “Malhação” sul-coreana se desenvolve com uma premissa relativamente interessante: o mundo da natação competitiva.

No entanto, seu objetivo não é mostrar de fato as dificuldades desse mundo e desenhar personagens profundos. Tem um pouco disso, mas como é de se esperar, a presença de Yu-ri Kwon e seus atos musicais fogem completamente à história, e se o espectador não souber que ela é um membro da banda Girls Generation, não dá para entender porque os dois personagens concorrentes são apaixonados por ela. Por que ela canta? Sorri? É boazinha? A única menina? É meio que isso…

Não se deve esperar muito de “Sem Respirar”. Sua proposta é simples: juntar estrelas e fazer audiência. No entanto, é sempre bom lembrar que o cinema não é um clipe: o próprio público alvo percebeu que há falhas no desenvolvimento da história e na cinematografia. Apesar de vender 44.707 ingressos apenas no dia de estreia, a bilheteria total nacional foi apenas 451.669, muito menor que a esperada (esse número seria um dado relativamente bom no mercado audiovisual brasileiro para um filme independente, mas se, por exemplo, fosse um filme com a Bruna Marquezine, Bernardo Mesquita e Lucas Cotrin sobre a vida de César Cielo, também seria considerado um resultado decepcionante).

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Mesmo assim, “Sem Respirar” tem momentos dramáticos fortes. Um exemplo é o conflito de Won-Il: seguir a carreira de nadador competitivo e usar a técnica de apneia, quando, ao mesmo tempo, carrega em si o trauma de testemunhar a morte do pai em plena competição decorrente dessa mesma técnica. Outro é a história paralela de Jung-Dong (Min-Cheol Shin), que após anos de treinamento, desiste da carreira de nadador devido a fraturas e às pressões da situação econômica familiar.

Enfim, vê-se o esforço em mostrar as crises da adolescência e as dificuldades que surgem quando há um sonho a perseguir, mas o filme falha em dar conta de todos esses conflitos e situá-los em uma boa amarração. Há falhas na continuidade emotiva da direção na atuação dos atores, revelando excessos e desgastes. Claramente, não é culpa dos atores: o diretor simplesmente não deu conta de agradar às agências, produtores e fazer uma boa história. O filme tenta corrigir essas falhas no crescendo emotivo com efeitos sonoros, que cansam o espectador mais velho.

Críticas expostas, é fato que fãs de qualquer um desses três personagens principais, conhecendo o que eles significam no mundo K-Pop, assistirão a “Sem Respirar”. E vão gostar.